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LIVRO: A GRANDE BARREIRA DA SERRA DO MAR: DA TRILHA DOS TUPINIQUINS À RODOVIA DOS IMIGRANTES
Autor: Geólogo Álvaro Rodrigues dos Santos
Editora: O Nome da Rosa

Este livro está disponibilizado em arquivo .PDF para livre acesso e reprodução, desde que citada a fonte.




A P R E S E N T A Ç Ã O

Desde o descobrimento do Brasil e o início da colonização de seu território sudeste, a Serra do Mar apresentou-se como formidável barreira à penetração dos colonizadores para o interior e ao escoamento de suas riquezas para o litoral portuário.

Basta dizer que até perto de 1800 as vias de penetração da Baixada Santista para o Planalto não passavam de algo pouquíssimo melhor que as preexistentes trilhas indígenas. Mesmo após a implantação de estradas tecnicamente mais arrojadas — como a Estrada da Maioridade, a São Paulo Railway, o Caminho do Mar, a Estrada de Ferro Sorocabana —, os problemas geológico-geotécnicos enfrentados pela operação e pela manutenção dessas vias eram de tal ordem que a Serra do Mar continuou por mais quase dois séculos a constituir um formidável entrave geográfico ao pleno desenvolvimento econômico e social do sudeste brasileiro e do Estado de São Paulo em particular.

O fato é que, desde cedo, especialmente a partir do Caminho do Padre José, aberto em 1560, cujas melhorias buscavam, entre outros propósitos, permitir o transporte de material militar para o Planalto nos ombros de escravos índios e negros e no lombo de mulas, começou-se a perceber que a Serra do Mar não representava apenas uma formidável barreira topográfica. À medida que os meios de transporte exigiam estradas mais largas e com rampas menos acentuadas, foram inevitáveis obras — como cortes e aterros —, que implicavam problemáticas interferências no equilíbrio natural das encostas da Serra. Apresentou-se então, como problema adicional ao grande desnível topográfico e acentuadas declividades do terreno, a enorme suscetibilidade natural dessas encostas a escorregamentos de solos e rochas, os quais tornaram as obras, como a própria operação das estradas, uma incrível odisséia técnica e financeira para a sociedade paulista, muitas vezes com tons trágicos de perdas de inúmeras vidas humanas.

Apenas recentemente a Engenharia Brasileira convenceu-se de que para superar com sucesso esse desafio de ordem geológica e geotécnica era preciso progredir nos conhecimentos da Dinâmica Externa da Serra, de tal sorte que os projetos e obras de intervenção admitissem características que de alguma forma buscassem assimilar e contornar os problemas colocados pela natureza. Essa foi uma compreensão importantíssima do problema, pois possibilitou a migração da anterior postura de “vencer a Serra a qualquer custo” para uma atitude mais inteligente e superior de “conhecer e respeitar a Serra”.

Hoje pode-se dizer que, graças especialmente à dedicação de seus geólogos, geomorfólogos e engenheiros, o país encontra-se em um elevado patamar de conhecimentos sobre os movimentos de massa que se verificam natural e induzidamente na Serra, guindando a Tecnologia Brasileira provavelmente ao nível mais alto de conhecimentos e experiência na implantação de obras em regiões serranas tropicais úmidas.

Este livro tem o objetivo de expor a evolução dos conhecimentos sobre a problemática geológico-geotécnica da Serra do Mar e como esses conhecimentos se refletiram nas diversas tecnologias de transposição viária entre a Baixada Santista e o Planalto, desde a Trilha dos Tupiniquins até a recente Pista Descendente da Rodovia dos Imigrantes.

Constitui especial propósito do autor que o registro sistematizado e organizado desses conhecimentos e impressões possa servir à informação e ao aprendizado de nossos estudantes de Engenharia e Geologia, como também de todos os profissionais que, por alguma necessidade, já trabalham ou possam vir a trabalhar nos domínios da Serra do Mar ou regiões serranas tropicais similares.

É importante registrar que, ainda que as transposições viárias consideradas situem-se no trecho da Serra do Mar compreendido entre a Baixada Santista e o Planalto de Piratininga, as ponderações e conclusões de ordem técnica e fenomenológica certamente são válidas para toda a extensão da Serra ao longo do Sudeste brasileiro. A cada concentração urbana do litoral corresponde uma longa e rica história de caminhos de ligação com o Planalto Atlântico, por certo muito semelhante àquela que se desenvolveu entre Santos, São Vicente, Cubatão e São Paulo. Do ponto de vista estritamente fenomenológico, pode-se dizer que, ressalvadas algumas poucas especificidades, as afirmações registradas são igualmente válidas para todas as regiões serranas tropicais úmidas do planeta.


S U M Á R I O

Introdução

Serra do Mar: caracterização física

Origem e evolução da Serra do Mar: o avanço dos conhecimentos
Geologia
Geomorfologia
Engenharia Geotécnica
Geologia de Engenharia

Transposições viárias da Serra do Mar
Trilha dos Tupiniquins
Caminho do Padre José
Novo caminho do Cubatão
Calçada do Lorena
Estrada da Maioridade
Estrada de ferro Santos–Jundiaí
Caminho do mar
Estrada de ferro Sorocabana
Via Anchieta
Rodovia dos Imigrantes

O futuro

Referências bibliográficas


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