Livros
LIVRO: DIÁLOGOS GEOLÓGICOS
Autor: Geólogo Álvaro Rodrigues dos Santos
Editora O Nome da Rosa
A P R E S E N T A Ç Ã O
Alguns objetivos inspiraram-me a elaboração desse livro. O primeiro, e sempre presente em meus trabalhos, está em levar ao maior número possível de cidadãos a crucial importância econômica e social de termos sempre em conta o fator geológico em todas as ações humanas que, direta ou indiretamente, interferem com algum aspecto da crosta terrestre. Mais ainda, considerar que esse fator geológico não se expressa somente quando da manifestação de vulcões, terremotos, tsunamis e outros fenômenos telúricos a que normalmente a palavra Geologia é comumente associada e que, aliás, no Brasil são felizmente inexistentes ou inexpressivos. Ao contrário, o fator geológico está presente em nosso cotidiano; mais do que próximo, junto a nós, na fundação do edifício, na erosão que destrói casas, ruas, assoreia os rios e provoca enchentes, na água subterrânea que extraímos, na “queda de barreira” que interrompe o tráfego em nossas estradas, na brita que sai da pedreira, na areia que sai dos portos e vão compor o concreto, na argila que nos provê tijolos e telhas, no calcário que nos provê o cimento, nas mil minerações que nos provêem chumbo, ferro, manganês, petróleo, na vala que desaba e mata o pobre peão de obra, na cidade que impermeabiliza o solo e joga mais água nas drenagens, na floresta que é extinta e expõe os solos, na poluição que se infiltra e contamina os solos e os lençóis subterrâneos de água...
O segundo objetivo do livro refere-se à intenção de mostrar que a melhor adequação dos projetos humanos ao meio físico geológico exige o mais íntimo conhecimento do terreno natural que será afetado por um determinado empreendimento, o conhecimento de suas leis, dos processos geológicos presentes, das características de seus diferentes materiais, e que a responsabilidade por esse essencial entendimento cabe especialmente à Geologia de Engenharia, entendida como a Geociência Aplicada responsável pela interface tecnológica entre o Homem e o meio físico geológico. Indo um pouco além, definindo e precisando devidamente as questões conceituais e metodológicas básicas para o bom exercício dessa atividade.
O terceiro, e último objetivo, é bastante pessoal. Propus-me, ou melhor, entendi como minha obrigação, até porque desde o primário sempre estudei em escolas públicas, não levar comigo nenhum conhecimento que tenha adquirido ou produzido e que julgue poder ser útil à sociedade humana.
S U M Á R I O
I – INTRODUÇÃO
II – O AGENTE GEOLÓGICO HOMEM - A EVOLUÇÃO DAS RELAÇÕES DO HOMEM COM O PLANETA
• O planeta em permanente mudança. A Biosfera
• Os Agentes Geológicos
• O surgimento e a evolução do Homem
• As relações entre o Homem e a Natureza. O Homem Paleolítico
• A Revolução Neolítica
• A vertiginosa ascensão da espécie humana
• Os atuais dilemas da Humanidade
• A ocupação do território brasileiro
III – UMA GEOCIÊNCIA APLICADA QUE VÊ O HOMEM COMO AGENTE GEOLÓGICO: A GEOLOGIA DE ENGENHARIA
• O geólogo: intérprete das relações entre o Homem e a Terra
• Geologia de Engenharia, a Geociência Aplicada que vê o Homem enquanto agente geológico
IV - CONTRADITÓRIO ENTRE DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE SE RESOLVERÁ PELA CRIATIVIDADE TECNOLÓGICA
V – DIÁLOGOS GEOLÓGICOS. É PRECISO CONVERSAR COM A TERRA
- As obras de engenharia e a importância, o papel e as enormes responsabilidades das investigações geológicas
- Meio Ambiente: trabalhar sob a ótica da solução
- Valo Grande: uma ferida aberta de enorme carga didática
- A Geologia que interessa
- A grande barreira geológica da Serra do Mar
- Estabilidade de taludes: o perigoso modismo nas soluções
- Acidentes em Engenharia: é imperioso discuti-los exaustivamente
- O extraordinário e insubstituível papel das florestas naturais na estabilidade das encostas serranas tropicais
- A tragédia geotécnica/ambiental das zonas de expansão urbana da metrópole paulistana
- A importância da camada superficial de solos para a sociedade brasileira
- Boçorocas: incrível, continuam acontecendo e destruindo
- Preocupações ambientais não podem ser monopólio dos ambientalistas
- Enchentes: o crucial fator geológico
- A incrível odisséia da construção do Aterrado de Cubatão
- Estradas: a face oculta das quedas de barreira
- Escorregamentos na Serra do Mar: tragédia anunciada
- Piscinões: um despropositado atentado urbanístico e ambiental
- Terrenos calcários: área de risco geológico para a engenharia e para o meio ambiente
- Enchentes urbanas não são fenômenos inevitáveis
- Proposta de lei municipal de coibição da erosão urbana
- Acidentes: deveria ser crime culpar a Natureza
- Pintura a cal: uma poderosa arma no combate à erosão. A tecnologia Cal-Jet
- Implicações entre a Política Habitacional e a tragédia geológico/geotécnica/ambiental das zonas de expansão urbana da metrópole paulistana (e de outras metrópoles)
- Loteamentos podem deixar de ser os vilões da erosão urbana
- Nova tecnologia poderá revolucionar o transporte de materiais granulares (minerais, cereais...) na transposição da Serra do Mar
- A interminável e trágica novela das áreas de risco
- Um pouco de luz para os serviços de recuperação e conservação de estradas vicinais de terra
- Uma estratégia de governo para a Serra do Mar
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